Oscar 2009


Enquanto a macacada estava curtindo o carnaval na praia, eu que fiquei por aqui conferi a 81º edição do Academy Awards, o popular Oscar, e vi Bollywood tomar conta de Hollywood.
Este ano não tivemos transmissão por nenhuma TV aberta, já que a Globo é detentora dos direitos de transmissão e optou por passar o desfile das escolas de samba do Rio, fato que acabou provocando uma certa fúria nos cinéfilos verde e amarelo. O jeito então foi procurar por links de transmissão ao vivo pela internet (viva a tecnologia e umas boas aulas de inglês!) e/ou para TV paga, onde o canal TNT (grupo GLOBOSAT), como sempre, estava lá ao vivo nos presenteando com uma ótima cobertura - tirando o fato de que tinha como apresentador Rubens Ewald Filho, que na maioria das vezes só fala abobrinha e traduz tudo meia boca.
A premiação deste ano teve o comando de Hugh Jackman. O cara mandou bem e se mostrou um verdadeiro showman. O Oscar desse ano inovou, modificou e se recriou na busca pela audiência que vem sendo perdida lá no EUA - em certos momentos parecia que eu estava assistindo ao MTV Movie Awards, com suas piadas e tom escrachado, os atores Jack Black e Ben Stiller, deram o tom. A famosa entrada onde os filmes que concorrem à principal premiação da noite (Melhor Filme), em tempos de crise como disse o próprio Jackman, foi feita de uma forma barata e muito bem humorada. Jackman passou pelos 5 filmes ali mesmo no palco para delírio da platéia. O Oscar contou como é realizado um filme e no meio disso foi premiando as categorias, o que em minha opinião fora uma grande sacada. Trouxe também clipes com divisão dos filmes por gênero (Romance, Ação, Comédia, Musical) e tentou homenagear os tipos de filmes que geralmente não são indicados, mas a grande mudança da noite, algo simples e que teve um bom efeito, foram as categorias de melhor ator, atriz, ator coadjuvante e atriz coadjuvante. Elas foram apresentadas da seguinte forma: cada indicado tinha um “padrinho” ganhador de Oscar na categoria, cada padrinho fazia um belo discurso sobre o seu “afilhado” – o que resultou em emocionantes discursos.
Nas premiações tivemos o grande vencedor da noite, “Quem Quer Ser Um Milionário?” que fez a rapa e levou 8 estatuetas, algumas na minha humilde opinião injustas (melhor trilha sonora e melhor canção), mas isso passa batido diante da qualidade do filme que mostra o que nós brasileiros conhecemos muito bem: favela, pobreza e violência, um filme como muitos por aí dizem e eu não penso assim, a lá “Cidade de Deus”. Enfim, levou as duas estatuetas mais importantes: Melhor Filme e Melhor Direção para Danny Boyle, aliás, aqui cabe um adendo a categoria de melhor filme estava pra lá de disputada com 5 excelentes filmes, dos quais só não vi ainda o “Sr.” Brad Pitt em “O Curioso Caso de Benjamin Button” (levou 3 estatuetas), “Milk - A Voz da igualdade”, “O Leitor” e “Frost/Nixon” são filmes muito bem feitos, qualquer um que levasse seria muito merecido.
Melhor Atriz Coadjuvante ficou com Penélope Cruz por “Vicky Cristina Barcelona”. Ainda não vi o filme, minha torcida aí era para Amy Adams que mandou muito bem em “Dúvida”. Melhor Ator Coadjuvante por mais que seja piegas não tinha como não ser de Heath Ledger, o cara simplesmente foi fodão como o coringa em “Batman – O Cavaleiro das Trevas”, e levou o Oscar póstumo, o discurso feito pela família de Ledger emocionou quase toda a platéia.
A disputa de Melhor Atriz também estava pau a pau: Meryl Streep (Dúvida) dispensa comentários, Anne Hathaway (O Casamento de Rachel) que rendeu talvez o seu melhor trabalho até agora, Angelina Jolie (A Troca) ainda não assisti mas o farei em breve, mas só pelo trailer da pra sentir o desempenho dela, Melissa Leo (Rio Congelado), não vi este também e finalmente a vencedora Kate Winslet (O Leitor) que está muito bem no filme, mas levou também penso eu, pelo conjunto da obra, já que ela foi ótima também em “Foi Apenas Um Sonho”. Resumindo, a mulher mereceu.
Melhor Ator: cinco grandes indicações, embora muitos torcessem por Mickey Rourke (O Lutador) onde ele deu a volta por cima e foi lembrado por isso na premiação, não tinha como fugir de Sean Penn (Milk - A Voz da Igualdade), o cara é fodão demais, se der a ele o papel de uma pedra o cara vai ser a melhor pedra já feita no cinema, muito mais que merecido este prêmio, os outros indicados foram Frank Langella (Frost/Nixon) uma excelente atuação, diga-se de passagem, Brad Pitt (O Curioso Caso de Benjamin Button) e Richard Jenkins (O Visitante).
Demais prêmios destacam-se: Melhor Animação foi faturada por “Wall-E” - essa animação mostra que belas imagens e gestos valem mais do que palavras. Melhor Filme Estrangeiro ficou para o japonês “Departures”.Foi um bom Oscar, uma bela cerimônia. Valeu perder o domingo de carnaval, ficar em frente à TV e assistir a festa do cinema. Que este ano tenhamos muitos bons filmes a makakada agradece.

Rapidinha de Carnaval...


Máscaras

"Por serem muito antigas, o que não faltam sobre máscaras são teorias. Uma interessante sustenta que a personalidade funciona como uma máscara invisível, uma casca criada para facilitar a adaptação social. Não dá pra negar que ela se torna útil à convivência. Para se livrar dela, há que se contrariar hábitos, vícios, preconceitos que a personalidade adquire desde a infância.

Quem se mascara vai de braços abertos ao encontro da moralidade estabelecida pela sociedade, sem correr muitos riscos de reprovação. Muita gente espera o ano inteiro pelo Carnaval para se embriagar exageradamente. Afinal de contas, nesse período, o porre que nocauteia vira uma cena normal da festa, mas o Carnaval dura só quatro dias, cedo ou tarde, a máscara cai e aí a verdadeira face do mascarado aparece."

Quem me dera esse texto fosse meu. Palavras de Murilo Pinheiro no Editorial da Revista Revide de 20 de Fevereiro de 2009 (Ed. 442 - Ano 22).
Complementando: infelizmente existem pessoas que optam pelo uso da máscara em tempo integral, ou então aproveitam-se do apetrecho para conseguirem o que querem (vide política, a dos corruptos ou do dia-a-dia mesmo). Cabe a nós cuidarmos para que a nossa fique sempre bem guardada e inutilizável. Se você ainda não fez, que tal começar mesmo no carnaval, deixe a sua máscara em casa e seja quem você realmente é, isso pode te fazer muito feliz. E quanto às máscaras alheias olhando pra você não se preocupe, mais cedo ou mais tarde todas caem.

Até onde vai...


Estréia da semana, A Troca nos mostra até onde somos capazes de nos curvar às autoridades que insistem em nos "tocar como gados".

Los Angeles, março de 1928. Christine Collins (Angelina Jolie), uma mãe solteira, se despede de Walter (Gattlin Griffith), seu filho de 9 anos, e parte rumo ao trabalho. Ao retornar descobre que Walter desapareceu. Imediatamente inicia uma busca exaustiva que se faz em vão.
Após cinco meses da denúncia do desaparecimento do menino, e sem perder a esperança um minuto sequer, Christine recebe um chamado da polícia que diz ter encontrado seu filho. Porém, a polícia de Los Angeles passa por um momento péssimo de sua história marcado por corrupção e policiais que mais parecem bandidos que mocinhos, e se faz disposta a resolver o caso de qualquer maneira, apenas para limpar sua imagem, mesmo que para isso tenha que entregar à mãe desesperada uma criança qualquer, com alguma semelhança com seu filho verdadeiro. Daí o título do filme.

É claro que, de imediato, Christine percebe que aquele não é seu verdadeiro filho, mas se encontra encurralada pela pressão da polícia e dos jornalistas que estavam no local apenas em busca de um final feliz, algo que pudesse vender no noticiário do dia. Se sente atordoada e acaba concordando em levar a criança pra casa, num ato descrito pelo policial como “um período de experiência”, algo como a compra de um produto que não queremos levar apenas para nos contentarmos com o que não temos e, se gostarmos, ficamos com ele. Porém, ela não desiste e pressiona as autoridades para que continuem as buscas por ele.

A partir daí sua vontade de fazer justiça se torna cada vez maior e Christine se encontra perdida num jogo de intrigas causado pela polícia na busca de uma boa publicidade para a corporação, onde até a criança trocada se diz seu filho. Assim, entra em situações cada vez piores, onde nos encontramos sempre pela torcida de um final feliz, e ela é tida como louca em não reconhecer que aquele é sim seu verdadeiro filho, como o próprio diz ser.

Como uma mãe que ama seu filho, ela não se cansa na busca por Walter e enfrenta todas as conseqüências para tê-lo novamente em seus braços. Uma história comovente que nos faz pensar no que somos capazes de fazer para conseguirmos que a justiça prevaleça e, naquilo que algumas pessoas são capazes de fazer apenas para manter uma boa imagem perante a sociedade.

O filme é baseado na história verídica conhecida como Wineville Chicken Coop Murders (algo como “os assassinatos da granja de Wineville), onde 20 crianças foram assassinadas em Los Angeles. Dirigido por Clint Eastwood, tem grandes chances de conseguir premiações pelos Oscars aos quais foi indicado esse ano. Angelina Jolie está surpreendentemente bem no papel e nos faz acreditar piamente em seu sofrimento materno. Sem contar sua atuação perfeita para uma dama completamente educada dos anos 20, personagem extremamente feminina – preste atenção na cena em que a mesma tenta parar um bonde no meio da rua – pura delicadeza. Nota dez pra Sra. Pitt e para o tiozão Eastwood pela criação de um puro noir 18 quilates – incrível contraste do batom nos lábios da bela com os tons pastéis dos figurinos e cenários, é berrante a diferença, e ainda mais para as tomadas em que os chapéus de Jolie escondem seu olhar deixando apenas a boca à mostra.

E para aqueles mais atentos, vale a pena ressaltar a comparação, mesmo que sem querer, que o diretor nos faz na relação da polícia com a crença nas próprias verdades VERSUS governo Bush e suas tropas no Iraque, acreditando que tudo o que fazem lá é realmente o que se deve fazer.

Resumindo: A TROCA – vale a pena conferir. Fica a dica.

RETROSPEC-SE - RAPIDINHAS...


Alô alô makakada, como foram as férias, tudo bem espero... começamos o ano com uma postagem diferente das que vocês leitores possam estar acostumados...
So, let's randomize it!

Enquanto Mick Jagger rasgava a seda dos britânicos e Brad Pitt se dizia deixar levar pela fama e acabar perdido, Ashton Kutcher e Demi Moore lideraram a lista dos piores da moda em 2008 escalada pelo PETA - Banana Neles! - Entre Amy Winehouses viciadas, drogadas mas nunca prostituídas, muito menos vendidas para a mídia, desfilavam Beattles, Britney Spears renascidas das cinzas, Coldplays e Gun's N' Roses estreantes velhos de estrada, entre Oasis rebeldes e Radioheads suicidas com seu som mais depressivo que nunca, estavam aqueles que souberam aproveitar a fama e fizeram milhões no último ano, enquanto uns escorregavam nas cascas, os outros comiam da melhor papinha de banana já servida pra essa makakada.

A Rainha Madonna faturou algo por volta dos 250mi de dólares (e a makakolândia estava em Sampa pra conferir o poder da Makaka Velha de Guerra rss), ficando no topo da lista da Billboard dos que mais faturaram, seguida por Bon Jovi, Bruce Springsteen e uma bipolar Miley Cyrus com crises de Hanna Montana bastante espertinha pra saber sua hora, onde, quando e quem deve ser pra garantir também seu próprio doce de banana.

2008 também foi ano de grande perda na história do cinema atual, Heath Ledger se deixou levar pelo Coringa, porém nos presenteou com uma pérola das adaptações de HQs pras telonas, fazendo do Cavaleiro das Trevas o melhor dos melhores. Foi também mais um ano de Zebra no Oscar, premiando os makakos velhos de "Onde os fracos não têm vez" que, como diz o próprio nome, não deviam ter vez nem na celebração de Hollywood! Uh uh uh ah ah ah

A besta também ressurgiu - Zé do Caixão - após 40 anos enterrado vivo, o mestre do terror nacional resolveu sair da tumba pra combater o preconceito contra filmes do gênero no nosso cinema. E do outro lado deste inferno, bons makakos encontraram seu lugar no céu, o sucesso de uma banda de rock se escreveu de forma inusitada e renovadora no território nacional. Conquistando todos os prêmios pelos quais concorreram, os caras do NXZero fizeram fama do lado do bem e só escorregaram na banana (sem maldade), ao posarem nus, mas sem nada à mostra (thank God), na capa de uma grande revista de circulação nacional.

Pois é, pois é, pois é... Muita coisa aconteceu em 2008 e muito já aconteceu também neste comecinho de 2009. Poderia ficar aqui por muitas linhas tecendo comentários sobre tudo, mas minha bananada já tá quase queimando no fogão e eu tenho que ir. Ah, e Justin Timberlake continuou o mais estiloso... Uh uh uh ah ah ah!

É isso aí makakada... a makakolândia está de volta e pronta pra aprontar como nunca.
Filmes, música, atualidades e muito mais você vai encontrar aqui, também em 2009.
Nos cruzamos pelos cipós da nossa grande floresta.

Até mais...
(e não, não corrigi qualquer erro que possa ter aí em cima... valeu! hehehe)