O Nevoeiro e o tiro no escuro


Eu quero falar!


Com a insatisfação de chegar aos cinemas e não entender o porquê de Ensaio Sobre a Cegueira ainda não estar em cartaz, o túnel de escolhas encurtou-se e me limitou a atirar no filme que seria o próximo horário. E lá vamos nós..


Sem ter conhecimento do que se tratava, (afinal papéis com sinopses cada vez mais dignos de vaias), muito menos de que se tratava de um filme baseado na obra da Stephen King, só tive em mente de que seria um filme de suspense sem nenhum rostinho conhecido. Entrei com pedras no cinema, e quando estava pronta para jogá-las o filme ficou muito interessante.

Apesar dos sobrenaturais, dos defeitos especiais, bichos bizarros e da atuação de alguns, o filme toma o lado de abordar em meio a uma catástrofe questões humanas muito discutidas na atualidade: a cooperação e soliedaridade entre estranhos, a religião e seus fanáticos, a curiosidade do ser humano atual e suas questionáveis (ou não) experiências que desafiam as leis de Deus (de quem?)..e especialmente, sobre a fé e limites de crença de cada um.


Muitos podem assití-lo ou até mesmo desligar o DVD, sair do cinema no meio do filme, que for. Mas a mensagem que acredito que seja o ponto ápice do filme, chega a nós como tapinhas de pelica na cara. Neste filme, vemos seres humanos em sua pior e melhor forma. E como todo filme de "desgraça" que vimos, ele também nos faz pensar... e se fosse conosco?

x.x

Sinopse:
Depois que uma violenta tempestade devasta a cidade de Maine, David Drayton - um artista local - e seu filho de 8 anos correm para o mercado, antes que os suprimentos se esgotem. Porém, um estranho nevoeiro toma conta da cidade, deixando David e um grupo de pessoas presas no mercado - entre elas um cético forasteiro e uma fanática religiosa. David logo descobre que o nevoeiro esconde algo sobrenatural e que sair do mercado pode ser fatal. Mas conforme o grupo tenta desvendar o mistério, o caos se instala e fica evidente que as pessoas dentro do mercado podem tornar-se tão ameaçadoras quanto as criaturas do lado de fora. Baseado na obra de Stephen King.

Trailer do filme:



A legenda não está das melhores. Peço desculpas.
* Os créditos da img, sinopse e do trailer são do Cinepop.

Achados e Perdidos


José Joffily dirige Achados e Perdidos que narra a história de Vieira (Antônio Fagundes), um delegado aposentado que vive um caso com a prostituta Magali (Zezé Polessa).
Após Magali ser encontrada morta em sua residência, Vieira passa a ser o principal suspeito do crime. O caso fica ainda mais intrigante para ele mesmo, uma vez que não se lembra da noite anterior pelo fato de estar embriagado.
Integrante de um triângulo quase amoroso, está Flor (Juliana Knust). Flor é uma jovem prostituta amiga de Magali que se apega à Vieira na busca pelo assassino.
Em meio a nostalgias, flashbacks, lembranças boas (e ruins também), Vieira busca explicações para tamanha brutalidade, vingança pela perda de seu amor e justiça em um país onde, como de costume, é difícil encontrá-la (salvo por aquela feita por suas próprias mãos).

Cinema nacional... conheça!

Ano de lançamento: 2005.
Site oficial: www.achadoseperdidosfilme.com.br
[trailer pode ser conferido no próprio site]

A TEORIA DA MUÇARELA

Tem gente que não tem opinião própria.

-Vamos pedir uma pizza?
-Vamos! Do quê?
-Hummm, sei não... que tal muçarela?
-Aaah, muçarela é muito sem graça...
-Do quê então?
-Sei lá, prefiro muito mais Siciliana!
-Já sei, então a gente pede meia Muçarela e meia Siciliana.
-Tá certo, pede então!
...

A pizza chega, as pessoas comem, e o espanto: Não sobra nenhum pedaço de Muçarela, mas sim, da Siciliana... é sempre assim!
Atire a primeira azeitona quem deixa de comer um pedaço sequer da pizza de muçarela, mesmo após ter questionado o pedido!
As pessoas tem essa mania de serem "desopinadas"! Cadê a personalidade minha gente?
Não sei se quero Coca ou Guaraná?
Doce ou salgado?
Quente ou Frio?
Praia ou campo?
BASTA!
É melhor sair do muro!


Em tempos de eleição então é algo ESSENCIAL!
Tenha certo o que você quer... não espere que alguém decida por você!
As pessoas do Partido da Muçarela sempre terminam o que começam... Já as Sicilianas sempre sobram no final, sem ter pra onde ir, na maioria das vezes vão pra geladeira e lá ficam esquecidas por dias ou até semanas, e o fim é sempre certo: LIXO!
Vamos aumentar a voz minha gente! DECIDAM-SE!
Certo ou errado: o negócio é ter um lado!


Não importa se vai cair ou ficar em pé! O que importa é você ser quem você realmente é. Não tenha medo de impôr suas idéias, mas fica a dica, bom senso, e é claro, só se arrependa se o azeite insistir em pingar fora da sua fatia, aí é hora de passar um guardanapo e escolher um pedaço grande o suficiente para te satisfazer! E saiba pedir mais, não se acanhe se o que vier não encher teu prato.


Tenha sempre em mente a Pizza que você quer pedir, saiba do que ela é feita, se os ingredientes te agradam, se vai matar sua fome, e quando for questionado não tenha medo de defendê-la, mas tenha bons argumentos, decore a receita. Se o pizzaiolo não conseguir, se recuse a pagar a conta. Existe sempre a chance de pedir uma nova pizza.
Anotou tudo certinho?


Então estamos combinados:
-Saiba o que pedir.
-Aproveite enquanto durar.
-Reclame se não gostar.
E peça outro sabor imediatamente, pois 4 anos na geladeira é MUITO tempo e com certeza vai acabar no lixo, enquanto o pizzaiolo fica todo pimpão "lá na cozinha". Lembre-se que o chef aqui é você, o cliente tem sempre razão, e se não reclamar de nada vai adiantar.
É por isso que eu clamo: TENHA OPINIÃO!
Mas se não conseguir, não batalhar, não for atrás, não se preocupe:
NO BRASIL TUDO ACABA EM PIZZA!!!

Comunidade no Orkut:
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=69884813&refresh=1

Bon Apetit!

Olfato


Não há nada que nos remeta tanto ao novo quanto o cheiro. Cheiro de roupa nova, de lugar diferente, de ambiente desconhecido ou até mesmo de pessoas novas. Primeiras experiências têm cheiros e gostos singulares, e são incomparáveis.
Embarcando no sonho o qual nós mesmos acreditamos - na reciprocidade - de acreditarmos em nós mesmos, existe aqui uma linha tênue entre o medo x vontade de cheirar a novidade. Mas uma vez saboreado, eu pergunto: há como descrever um cheiro?
O tamanho do pacote é simbólico próximo a bagagem de que o novo cheiro lhe proporciona: pontos de vista, novos horizontes, receitas, aromas pelos quais você é seduzido e quer fazer seduzir. De fato, são singulares e nem todos agradam: mas o que seriam dos bons cheiros se não existissem os malditos odores?
"Ver com o meu próprio nariz" publicitário e curioso o Festival de Puplicidade e Propaganda em São Paulo este ano foi como apreciar apenas de longe um prato de qualquer culinária cheia de apetrechos, temperos e segredos: pelo cheiro. Lugar onde cozinheiro de macarrão instantâneo pode ser Chef faz com que certos acordem e sintam as novas possibilidades. Vontades de novos sabores. Novas idéias que vêm com apenas uma simples e profunda respiração: sinta o cheiro da oportunidade.
Apreciando desta forma lenta porém sedutora, há de se aprender como fazer, criar os próprios segredos. Afinal, nós sabemos que depois de uma vez aprendido, sentir o "aquele" cheiro indescritível "daquele" prato dentro da própria casa satisfaz tanto quanto poder saboreá-lo.

MEDIOCRIDADE TEM CURA!

MEDIOCRIDADE TEM CURA!Mas ao oposto das outras doenças da vida, você só é medíocre caso queira. Uma vez que tentar não ser, medíocre já não será. É fácil tentar. Tente. É comprovado: o homem é cinqüenta por cento genes, cinqüenta por cento meio-ambiente. Nada pode ser feito caso você não seja favorecido geneticamente em algum aspecto, mas você pode fazer de tudo para melhorar sua relação com o restante do mundo, aproveitando o que há de melhor nele. E vice-versa. Não estou dizendo que será fácil mas por acaso é fácil dançar o Créu na velocidade cinco?

Comece dando um fim a tudo que lhe parecer mediano. Não se esqueça: ser medíocre é mais cômodo. Então fuja do "ah, todo mundo gosta, por que eu não vou gostar?” Você não vai gostar porque você merece melhor. Porque ser medíocre é viver a sombra da existência. Feliz por ser mais um igual. E, por menor que seja, só a diferença faz a diferença.

A luta é uma constante, mas compensa, pois de mesmice os mesmo se vão.

Homem de Ferro


Não são somente os propulsores que sustentam a armadura do Homem de Ferro, a mais nova adaptação de quadrinhos da Marvel que acaba de aterrisar nas locadoras e lojas do país em DVD, a ótima atuação de Robert Downey Jr. ostenta o personagem Tony Stark, um bilionário inventor de armas da empresa que herdou do pai e que fornece os mais pesados e modernos armamentos para o governo norte-americano.

Após testar uma nova arma, Stark é sequestrado por afegãos e com sua capacidade criativa constrói uma armadura proveniente de sucatas, assim obtendo êxito em sua fuga. Já de volta aos Estados Unidos, descobre um plano maléfico e assim decide voltar a usar sua armadura aperfeiçoando-a e tentando salvar o mundo.

Soa como apenas mais um longa vindo das histórias em quadrinhos, mas está longe disso. Homem de Ferro já faz parte de um novo nível de adaptações de super-heróis, assim como o Cavaleiro das Trevas. Lançar teias, voar, ter garras, super-visão, super-força e "super-outras coisas" já não saciam o público como antes - é preciso enredo, boas atuações e ótima direção.

Ao lado de Downey Jr. estão Gwyneth Paltrow (Shakespeare Apaixonado) como a secretária e ajudante de Stark - sim, todo super-herói que se preze tem um ajudante, Terrence Howard (Ritmo De Um Sonho) como um militar amigo de Stark e Jeff Bridges (A Conspiração) sendo o braço direito de Tony nas Indústrias Stark.

E ainda há muito mais para se vingar, basta conferir logo após os créditos.



Site oficial: http://www.homemdeferro.com.br/

[trailer de cinema]
http://www.youtube.com/watch?v=vhgzIM-9lfA

Canções de Amor


Apagam-se as luzes...

Les Chansons D'amour
de Cristophe Honoré


Num primeiro momento não me chamou muita atenção, veja bem: cinema francês plus musical - confesso que até então eram dois pontos super negativos para mim.
Mas depois que assisti só me fez querer conhecer mais desse produtor, que possui outros trabalhos que à primeira vista parecem ser tão interessantes quanto. Nunca vi "Ma Mére" nem o tão elogiado "Dans Paris" , e agora digo com certeza que estou perdendo o que me espera nesses filmes!

No “Canções”, Cristophe Honoré se revela como um diretor atento e criativo, cujo discurso atinge em cheio quem realmente está afim de ouvir. Tudo que sai do filme é prova viva disso. Uma dica, se você assistir ao trailer e ainda assim se sentir na defensiva, baixe a guarda, pois o que te espera em todos os segundos do filme pode te surpreender completamente.
O filme trata basicamente de um triângulo amoroso formado pelos personagens Ismael, Julie e Jeanne, a trama se desenvolve com seus contratempos até a chegada do Jovem Erwann, que balança o relacionamento do threesome (daí cabe a você assistir para que eu não revele mais nada aqui e acabe perdendo a graça).
Honoré trata com o mais meticuloso cuidado tudo que é exibido na tela. Os personagens, as canções, os cenários, tudo se completa e define os rumos do filme (muita atenção ao trecho do anjo da praça da Bastilha, pois é um divisor de águas no enredo, o que pra mim foi incrível, uma estátua da praça que se define como uma personagem e guia os rumos da história, auxiliada pelas pessoas e pelas condições climáticas, rs).
E depois disso tudo o filme nos puxa pra dentro dele e nos faz querer cantar alguns trechos das canções de nossas próprias vidas.

Os atores são competentes, com especial atenção ao triângulo original: Louis Garrel, Ludivine Sagnier e Clotilde Hesme.
Chiara Mastroianni, Grégoire Leprince-Ringuet e Brigitte Roüan também se evidenciam, embora de um jeito mais leve quando comparado com a intensidade dos primeiros. As suas interpretações musicais são sentidas ao menor diálogo, com especial enfoque para o "Si tard" de Ludivine Sagnier, numa das cenas mais emotivas do filme.

Sobre o enredo, ainda não conheci ninguém que o desvende por completo. E essa é a alma do projeto. Num retrato sobre o cotidiano, num ambiente urbano, o inesperado vive a cada esquina e a cada pessoa com que se cruza. A moral da história deixa de existir e cada um define a sua vida. As pessoas são pessoas e caracterizam-se por si, conquistando o seu espaço, e dando-se ao outro. O amor vive nas ruas de Paris para quem quiser encontrar, receber, abraçar e cantar "Eu te amo".

Não pense que você vai encontrar no “Canções” mais um daqueles típicos filmes franceses onde tudo é confuso e tudo é música e choradeira (rs), pelo contrário, ele mostra um lado muito interessante da juventude francesa, onde podemos observar de perto um pouco da vida dessas pessoas, seus conflitos internos, o que fazem pra se divertir e quais são suas crenças.É um filme onde a alegria se confunde com a tristeza, e a honestidade de cada letra inspira o espectador para a sua caminhada de volta a vida real.
Honestamente, para mim, uma das maiores surpresas dentre os que vi esse ano, e com toda a certeza um dos melhores filmes feitos ultimamente.


“Love me less... but love me a long time.” (Erwann - Grégoire Leprince-Ringuet)


Confira os trailers nos links abaixo:

Les Chansons D’amour - http://www.youtube.com/watch?v=6rb78k72vGE